Descrição
Do verbo que o amor não presta
Do verbo que amor não presta é um livro escrito desde os ovários de uma caneta que sabe perfeitamente o que é amar e o que é ser amada, mas não é sobre isso que este livro quer nos falar, ainda que talvez sim.
O livro estreia de Helena Silvestre é um livro que parece estar escrito da solidão de um corpo que segue sentindo e esse sentir se traduz em sensações, em lembranças, em perguntas.
Não é um livro de ação, não trata de verbos – tal e como deixa entrever o título – é um livro que nos leva, passo marcado por um tango, a uma mesa de bar, a uma cama vazia, a uma caminhada noturna e, inclusive, a um consultório. E nesse movimento vão se trançando histórias de vida. É um livro escrito com traços de mulher, que às vezes, como que transformada pela fumaça do cigarro, se curva em homem para poder abarcar melhor isso que não pode ser dito. Mulher negra, que resiste, renasce, goza, sente e se reconstrói, porque parte do abandono, “(…) abandono que vivo a reconstituir em todo pedaço de vida onde estou”.
Do verbo que amor não presta é um livro que não se lê apenas com os olhos, é um livro que impacta cada parte do corpo e que, como todo bom livro, convida o leitor a voltar a lê-lo encontrando, a cada vez, novos sentidos.
Lucía Tennina – Amante de histórias e viagens, mãe, amiga, professora de Literatura Brasileira na Universidade de Buenos Aires e tradutora. Pesquisa, como crítica literária e como antropóloga, as produções literárias das periferias de São Paulo.
Sobre a autora | Helena Silvestre
Cafuza nascida e criada nas aldeias e quilombos da região metropolitana de São Paulo, tendo Mauá – essa Macondo – como local oficial de seu nascimento, embora não se lembre muito bem.
Militante, é ativista das lutas pela libertação de povos, corpos e territórios submetidos à lógica do dinheiro que infesta nossas esquinas.
Feminista afroindígena, é editora da Revista Amazonas e parte do movimento Luta Popular.
Escreve, compõe, canta, dança, fuma e fala mais do que deve.
Às vezes, se aluga para sonhar.
Eco bag
Eco bag TXAI – Quem me dera quedas d’água.
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